sábado, 30 de julho de 2011

Brasileiros não sabem torcer

Bem, amigos… como todos vocês sabem, características étnicas, históricas e marcantes são únicas em cada povo. A todo esse conjunto damos o nome de cultura. E como não dizer que, a maneira de se comportar seja também parte da cultura de um povo? E o principal pra todos nós, alucinados pelo esporte mais sensacional do mundo – sem desmerecer os outros, mas futebol é futebol – o comportamento de um povo num estádio de futebol. Sim, meus irmãos, pra esse que vos fala, isso é também parte da cultura.
Se cada costume caracteriza o povo de uma determinada nação ou região, no meu modo de ver, a forma com a qual o brasileiro apoia seu clube e sua seleção, não são as que mais definem o significado da palavra “torcer”.
Em termos gerais, vejo um povo que apenas consegue valorizar o que é seu. O do resto não presta, ao modo de ver de uma bela fatia do povo. Alguns se defendem sob a afirmação de que muitos “paga pau” – termo preferido deles – são exatamente o oposto deles. Referindo-se à predileção de alguns pelo futebol do exterior. Via de regra, o europeu. Mas esse é o erro. Todo extremismo é sem razão. E a razão, essa coisinha que poucos têm, deve(ia) ser bastante usada na hora de se comentar, falar ou conversar sobre futebol. Nem que seja num papo informal de boteco.
Claro, nem todo mundo quer ser jornalista esportivo. Aliás, quase ninguém faz questão de debater futebol como tem que ser. Com a razão se sobrepondo à emoção. E eu até apoio isso. Desde que a questão agora seja TORCER. Deixa eu ser mais claro: conforme aprendi com o próprio Aurélio, debater significa discutir, expor ideias, discordar (claro), mas sem ofensas, usando preferencialmente a racionalidade. Já torcer, tem um sinônimo mais claro no futebol: apoiar, celebrar, sofrer, chorar… Essas ações só envolvem a emoção. O SENTIMENTO.
O torcedor brasileiro não gosta de perder. Detesta, diga-se. Bela prova disso é uma coisa que todos fazem quando seu clube está bem e numa boa sequência de resultados positivos. O time é ótimo e TODOS os jogadores são selecionáveis. Se a equipe emplacar um jejum de vitórias aliado a más apresentações, vixi… aí ninguém presta, todos os jogadores são “lixo”, e acaba INEXORAVELMENTE sobrando pra um cidadão: aquele que “usa” boné.
Mas nesse assunto, não há melhor exemplo que o da própria seleção. É incrível a capacidade de se transtornar bipolarmente do brasileiro em dia de jogos da seleção nacional. Uma boa apresentação contra um adversário fraco e que, sabia-se não seria o melhor teste, é suficiente pra canarinho ser elevada ao posto de melhor futebol do mundo e celeiro de craques e futebol-arte. Entretanto, basta uma atuação razoável contra um adversário que, queiram as múmias ou não, evoluiu (e muito) com o tempo. E se não sair nem um golzinho, amigo… sai de baixo! A melhor seleção do mundo é rebaixada ao posto de time de bairro. Sendo sempre ela culpada.
O Brasil só perde pra ele mesmo. Vide derrotas pra França, Holanda nas últimas Copas, e  (empate) Paraguai na Copa América desse ano. Brasileiros são incapazes de reconhecer méritos em seus adversários. E isso começa pela imprensa. Leia-se Rede Globo. Não vou nem dizer que ela manipula as pessoas. Isso acontece com gente sem instrução/formação escolar. Sabemos que existe demais por aqui, mas não é o perfil de quem eu vejo revelar essa falta de humildade em reconhecer fatos.
Brasileiro tem que aprender que não é mais o supra-sumo do futebol. As diferenças diminuiram e muito, e isso é bom pro futebol. Mas ao mesmo tempo, tem que apoiar DOENTIAMENTE seus amores. Reconhecer o que está ruim é hombridade. Mas deixar de apoiá-lo (clube ou seleção), é falta de caráter, com todo respeito. Quero apenas deixar uma frase para reflexão: “HAY QUE SE ALENTAR HASTA LA MUERTE!”

*Matéria originalmente publicada no blog da comunidade oficial do Football Manager no orkut: http://footballmanageroff.wordpress.com/2011/07/30/brasileiros-nao-sabem-torcer/#comments

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