quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Messi" mancuniano

'Manchester United anuncia acordo com Kagawa'. Confesso que jamais abri um sorriso tão largo quanto o que abri ao ler essa notícia. Apesar de esperada desde que começaram as especulações há alguns meses, nenhum reforço me despertou tanta expectativa quanto ao seu desempenho quanto esse, desde que acompanho o futebol europeu. E explico.

Shinji Kagawa não se trata de apenas mais um asiático bom de bola. Muito menos deve ser lembrado pelo marketing que sua ida ao United trará. O lucro das vendas de camisas de um japonês, justo num dos países onde o clube tem mais popularidade é merreca perto do retorno que esse cidadão pode (e deve) trazer dentro do campo.

Kagawa é um meia de 23 anos, mas esse post não é pra passar sua ficha técnica. É pra falar de quem é esse japonês nas quatro linhas. Uma fera, com tudo que se precisa pra se tornar craque. Pra começar, joga justo na posição cuja o Man mais improvisa. Se tudo der certo, com muito treino e um pouco de sorte, pode se tornar versátil e jogar também pelos lados.

Tem o estilo cadenciado, a inteligência e visão de jogo de Riquelme, quando precisa. E a velocidade e habilidade de Ryan Giggs, quando se faz necessário. Será que exagerei na comparação? Fica a critério. Afinal, não é de agora que o chamam de "Messi japonês". Mas como disse no segundo parágrafo, não é apenas um destaque asiático. Trata-se do melhor japonês da história, até o presente momento. E talvez a alcunha com o nome do tri-melhor do mundo seja pelo que representa como melhor jogador do seu país, e não tanto pelo futebol, até porque Messi é Messi.

Admito que quando comecei a entender uns décimos de porcento sobre futebol, Zico estava no Kashima fazendo algo que meu pai chamava de: "ensinando os japoneses a jogarem futebol". E de lá pra cá, vi bons e ótimos jogadores, como Nakata, Nakamura e mais recentemente Keisuke Honda. Mas nenhum desses se compara ao que Kagawa dá esperanças de ser.

Honestamente, creio que nenhuma outra façanha que o United realizar no mercado me encherá mais os olhos do que essa (a menos que numa reviravolta, Fergie queira se despedir com Messi no clube, né?!). Mas dos especulados, Modric é um jogador sensacional, mas não é um cara que pode fazer diferença sozinho. Cavani, que não foi especulado, mas foi um "pedido" meu, me empolgaria também. Mas não como Kagawa. Vislumbro um futebol muito bom e uma mudança até de estilo de jogo do time por causa dele. Ditava o ritmo do Dortmund como se fosse o próprio Zidane na sua seleção. O camisa 10 do Japão fará muito sucesso na melhor liga do mundo. Não tenho dúvidas disso.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Vaza, Neymar!

Calma, não sou torcedor do Santos e estou fazendo campanha igual àquela lendária causa lançada pelos alvi-negros praianos contra sua outrora maior pérola, Robinho, em 2005. A minha causa é outra, mas não deixa de ser nobre.

Qualquer ser que tenha o mínimo de apreço pelo futebol - desde que não seja santista, muito menos ufanista, óbvio - quererá ver o melhor jogador do país hoje, e decerto, maior revelação do país desde Ronaldinho, fazer o que faz aqui só que na Europa. Detalhe: fiz essa comparação pelo que se transformou o Ronaldo Gaúcho, e não pelo que jogou aqui. Se for tirar por esse critério, nem Ronaldo jogou tanto como o Neymar aqui no Brasil. Não importa o tempo. Estou falando de BOLA.

Neymar já é craque. Não importa o adjetivo e a característica que sua mente define como craque. E daí que tem 19 anos? E daí que não é melhor que Messi? Desde quando um craque precisa ser melhor que o outro? Não compararei Neymar a Messi, nem mesmo quando o brasileiro tiver a idade com a qual Messi conquistou sua primeira "Bola de Ouro da Fifa".

Para mim, Neymar nunca será maior. Messi é o Pelé, o Cruyff, o Maradona, o Zidane da época dele. Neymar é o Puskas ou Di Stéfano ou Garrincha da época de Pelé. Ou o Zico da época do Maradona. Ou o Ronaldo da época do Zidane. Enfim, todos cracaços, gênios, sem ser menos porque não eram mais do que os de mais destaque.

No meio de tantos jogadores maravilhosos, como Xavi, Cristiano, Iniesta, Villa, Rooney, David Silva, Sneijder, van Persie, Robben e Ribéry, Neymar é o que está mais próximo de Messi. São todos fantásticos, como mencionei antes. Mas a alcunha de CRAQUE, somente pode ser dada a esses dois, Messi e Neymar. Simples: porque eles fazem tudo que os outros fazem e os outros não fazem o que eles fazem.

São muitos os motivos que me fazem querer ver Neymar brilhar com a camisa de um gigante europeu. Nem precisa ser um time que gosto. Basta vê-lo partindo pra cima de um Vidic, um Thiago Silva, um Piqué, Puyol, ou até do Pepe, numa Uefa Champions League. Basta pra mim, vê-lo tabelar com Messi ou Cristiano - na altura que somente esses dois são especulados como futuro destino do menino.

Não entrarei no mérito dos níveis das ligas européias. Quem me conhece sabe minha opinião. Se a saída de Neymar contribuirá para uma queda no nível técnico do Brasileirão? Evidente. Mas quem disse que eu me importo? No Brasil, só considero meu time. E pra ele, seria ótimo não enfrentar Neymar - embora ele não tivesse feito o estrago que fez em outros grandes.

Pois é, amigos.  Até acho que Neymar pode ser melhor do mundo antes dos 23, apesar de não dar grande valor a esse prêmio pela coletividade do futebol. No entanto, alguém tem que dizer a ele que não é aqui que ele vai sê-lo. Há razões para que o futebol europeu seja cheio de estrelas. Há fatores que fazem de lá o centro do futebol mundial. Não é questão de dinheiro. Muito menos de puxa-saquismo ou preconceito com aqui. Aqui também é ótimo. Mas já deu o que tinha que dar. Foram 2 anos de espetáculo. O mundo já te conhece. VAZA PRA EUROPA, NEYMAR!